As flores que cobrem os campos,
as flores efêmeras, lindas,
que vestem o mundo com simples
e débeis coroas e mantos
Nos põem a sonhar, contemplar
os dias fugazes, os atos.
Morosos ficamos; hiato:
as flores nos fazem calar.
O lírio, gentil e pendente,
o cravo, formoso amarelo,
a hortênsia, de arbusto singelo,
madiba, miúda e silente...
As mães, viridários da vida,
buquê de alegria e consolo,
nos têm do pecíolo o miolo,
benditas de alma florida!
A nossa, jazida no lago
serrano, mas viva nos brotos
que fomos; belíssimos soutos
regados por cândido afago.
Amada, te vejo e me lembro
da mãe; que por fibra briosa,
caráter forjaste: zelosa,
autêntica, sólida, um cembro!
Carregas em ti temperança
daquela querida mulher,
beleza do som do salter
me és agradável lembrança…
Em breve, se espera o contato:
que o amplexo a saudade sufoque.
Os brotos no colo, o bitoque;
a vida da gente no tato…
E a parla da alma da gente
sentidos pintar com as cores
florindo, destarte, os amores
nutridos no cerne da mente.
Que os versos floridos, que assim
cultivo — em carinho sincero —
amada, cuj’alma venero,
te cheguem, na mesma, em jardim!
Escrito em virtude do aniversário de minha irmã., qnado imprime-o e enviei-o junto com um buquê com flores do campo.