Por vezes, junto ao solo, o coração,
Como um grão, deve ser posto e perece
Dando espaço a tenro broto e parece
Que o seu lugar é mesmo ali no chão…
No entanto o peito abre e, em tempo, oferece
Ramos seus esticados como mão
Alçada a amigo peito em comoção
Na espera da outra mão – que bem conhece
São assim as desventuras que vivemos:
Sobrevém, enterrando nosso ser,
Burlando-nos num breu que “merecemos”!
Mas o Sol, mesmo que o não possa ver,
Brilha forte e espera – nos animemos –
Acima deste solo, basta crer!
Soneto escrito em homenagem a uma amiga em virtude de seu aniversário.
Ele trata de como nossa mente passa por momentos obscuros, de provação e escuridão, mas que, com persistência e auxílio fraterno e íntimo, podemos voltar para a luz e viver a bonança de dias mais maduros.